SÓCRATES E A NATUREZA HUMANA
Partindo da temática: “Sócrates e a natureza humana”, a seguinte pesquisa tentará apresentar uma solução para o problema que indaga sobre o que é a natureza ou realidade última do homem. Tal solução dar-se-á por meio da tese a que se concluirá, a partir da fundamentação teórica que, para Sócrates, o homem é a sua alma – psyché. Visando alcançar o objetivo geral da pesquisa, que, a partir do pensamento de Sócrates, pretende comprovar que o homem é a sua alma – psyché, tentaremos demonstrar que a essência humana utiliza o instrumento, que é o corpo, não sendo, pois, o próprio corpo.
O corpo, para Sócrates, é considerado um instrumento da alma. Todo instrumento pode receber seu apreço ela função que exerce, sendo por isso elogiado ou criticado por não corresponder ao seu objetivo ou por implicar limitações.
Sócrates dirá:
Quando é, pois, que a alma atinge a verdade? Temos dum lado que, quando ela deseja investigar com a ajuda do corpo qualquer questão que seja, o corpo, é claro, a engana radicalmente. (PLATÃO. Fédon – a morte como libertação do pensamento. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 66.(Os Pensadores)
O filósofo, ao dizer da impossibilidade de se alcançar a verdade com a ajuda do corpo, expõe que apenas por meio da alma se alcança aquilo que ele denomina verdade. E a alma somente pode atingir a verdade uma vez que separada do corpo, na morte.
Para Sócrates, a alma se apresenta como uma substância específica imaterial, não composta e essencialmente distinta do corpo material. Evidentemente, se a essência do homem é a alma, cuidar de si mesmo implica em cuidar da própria alma mais do que do corpo. Assim, não se pode responder que o homem é o seu corpo, mas que ele se serve do seu corpo. Por quanto é a sua alma que o distingue de qualquer outra coisa, dando-lhe em virtude de sua história, uma personalidade única. Aquilo que se serve do corpo, para Sócrates, é a alma – psyché – e, com isso, ele conclui que é a alma que ordena o homem ao conhecimento e o adverte a conhecer, sobretudo, a si mesmo.
Concluímos, portanto, que, à questão sobre o que é a essência do homem, sua natureza e realidade última, Sócrates responde que o homem é a sua alma e a entende como razão e sede da atividade pensante e, por meio dela – alma –, o homem age eticamente na sociedade, sendo assim, o consciente onde habita a virtude. A alma é a consciência e a personalidade intelectual e moral.
Aldo César dos Reis Borba Júnior
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
PLATÃO. Fédon – a morte como libertação do pensamento. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 66.(Os Pensadores)
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1999. p. 210; 211.
REALE, Giovanni. História da filosofia: Antiguidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 87. (Coleção filosofia)