quarta-feira, 16 de março de 2011
O homem para Sócrates
quinta-feira, 3 de março de 2011
Areté: Hesíodo e Homero
Esta pesquisa pretende, a partir da fundamentação teórica acerca dos autores – a saber: Homero e Hesíodo - esclarecer o conceito de areté na perspectiva de Homero e Hesíodo. O que seria então areté? É possível termos duas formas de areté ou este conceito defini-se pela posição social que ocupa quem define tal conceito? Partindo da bibliografia pesquisada tentaremos responder tais indagações.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
ENSAIO SOBRE A ORIGEM DO MUNDO
A mitologia grega demonstra-se rica em explicações sobre a origem do mundo. Primeiro nasceu o Caos, a existência indistinta; depois nasceram a terra (Gaia) e Eros. O Caos gerou a Noite, que gerou o Dia. A Terra gerou o Céu (Urano), as Montanhas e o Mar; uniu-se ao Céu (Urano) e gerou os Titãs, Réia, Têmis, Memória, os Ciclopes, fabricantes do raio, os gigantes, de cinquenta cabeças e cem braços, e Cronos, o tempo. [1]
Aldo César dos Reis Borba Júnior
Seminarista diocesano graduando em filosofia
Bibliografia:
HESIODI – Theogonia Opera et dies Scutum. Edidit Friedrich Solmsen. Fragmenta selecta ediderunt. R. Merkelbach ET M. L. West. Oxford, Clarendon Press, 1966.
ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 1999.
ROCHA, Ronaldo (org.). Diamante do Saber: Introdução ao estudo de Filosofia. Uberlândia: Edição independente.
[1] Hesíodo, Teogonia
[2] Platão, Timeu, 30
[3] Aristóteles, Metafísica, i, 3
[4] Empédocles, Os pré-socráticos, B 21, 23.
[5] Suma Teológica q. 46, a. 2, c.
sexta-feira, 16 de abril de 2010
O método da filosofia
O método da filosofia pode ser um conjunto de procedimentos racionais utilizados para o estabelecimento e a demonstração da verdade. Seu objetivo e utilidade consistem em conduzir bem a razão humana e procurar a verdade. Se, de fato, existe tal busca pela verdade, não se deve andar sem direção, pois mais importante que ter um bom espírito é aplicá-lo bem: método.
Platão aperfeiçoa o método Socrático que, por meio de perguntas destruía o conhecimento constituído e depois o reconstruía para procurar a definição do conceito. Aristóteles baseia-se nas descobertas de seus antecessores e as sistematiza. Na Idade Moderna surge a questão do método, na qual ele é questionado e, sobretudo ocorre a descoberta da subjetividade. Isso surge propriamente com Descartes, quando este, não procura a discussão que surge após a intuição, mas a própria intuição intelectual e o método para alcançá-la. Ele diz:
“Por método, entendo regras certas e fáceis graças às quais aqueles que as observam atentamente jamais suporão verdadeiro aquilo que é falso e chegarão, sem cansaço e esforços inúteis, ao conhecimento verdadeiro daquilo que eles podem alcançar.”
Seu método é inteiramente dominado pela razão.
De tal pensamento originam-se duas vertentes antagônicas: o empirismo e o racionalismo. Kant posteriormente, com o criticismo, tenta averiguar o alcance das afirmações racionais. Comte, com o positivismo, propõe um método considerando apenas aquilo que pode ser medido e controlado pela experiência e descartando as formas “imperfeitas” de conhecimento. Hegel desenvolve o método dialético na versão idealista e logo Marx e Engels com a proposta materialista. Não se confunde com a dialética platônica. Husserl dá inicio ao método fenomenológico, através do qual tenta superar o rompimento entre o racionalismo e o empirismo.
Alguns outros métodos poderiam ser citados, mas o que se quer dizer é que quanto à razão e ao senso existente em cada um dos homens, considerando a opinião dos filósofos que afirmam essa igualdade, concluímos, portanto, que a diversidade das opiniões está na direção dos pensamentos por caminhos diferentes sem considerar as mesmas coisas e não a possibilidade de uns serem mais racionais que outros.
Aldo César dos Reis Borba Júnior
Seminarista Diocesano
domingo, 7 de fevereiro de 2010
Política ou politicagem?
A lei é uma ordenação da razão no sentido de que se apoia em considerações que a justifica. Para Aristóteles, filósofo grego que instituiu a política no Ocidente: “ordenar é o ofício do sábio”. A política é um meio pelo qual se ordena a razão, expondo-a em forma de leis que devem promover e assegurar o bem comum da sociedade.
O ser humano tem trabalhado em prol do desenvolvimento de novas leis, que propõe uma sociedade melhor, mas nem sempre os resultados são positivos. No sistema político do século 21 existem algumas falhas que comprometem sua finalidade. Essas falhas têm crescido gradativamente a ponto de chegarmos a uma possível crise, que no Brasil já é notável. As pessoas que possuem o encargo de “coordenar a razão” nem sempre são fiéis à política e ao sistema pelos quais ela é desenvolvida. Alguns políticos usam a arte de persuadir e ludibriar para conquistar a sociedade e fazer carreira, o que poderia ser chamado de politicagem, bem diferente do político que visa ao bem comum fundamentado na verdade.
Verifica-se, assim, que a maneira como os governantes vêm conduzindo a sociedade não está de acordo com os princípios da política. Faz-se necessário, então, que o povo exija atitudes sérias e responsáveis dos políticos para que, juntos, povo e governo construam uma sociedade realmente democrática e igualitária.
Aldo César dos Reis Borba Júnior
Seminarista Diocesano
Artigo publicado no "Jornal Correio de Uberlândia" - coluna: "Opinião do leitor"; edição do dia 03/02/2010
http://www.correiodeuberlandia.com.br/blog/CORREIOWEB/38/opiniao_do_leitor.html
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Continuação do artigo sobre "O Problema dos Universais" (II)
Conceito
Chama-se universal aquilo que se encontra sempre idêntico em uma multidão de indivíduos, um em muitos “unum in multis”.
“Aquilo que é expresso por um termo geral, isto é, tal que possa ser predicado de diferentes sujeitos.” (Aristóteles)
(Nossas sensações e nossas imagens, diretamente e por si mesmas, nos apresentam o individual; nossas idéias, diretamente e por si mesmas, nos apresentam o universal.)
Sendo individual ou singular aquilo que existe na realidade das coisas, como pode ser verdadeiro o conhecimento que adquirimos pelas nossas idéias, visto que que esta só nos apresentam diretamente o universal?
Este problema sem dúvida não é em si, mas sim para nós homens, o primeiro e o mais grave dos problemas filosóficos. Com efeito, tem por objetivo a própria inteligência e as idéias, isto é, o instrumento de toda nossa ciência; e a atitude adotada a seu respeito pelos vários filósofos domina todas as outras posições.
A questão dos Universais
A discussão filosófica em torno dos universais remonta à Grécia antiga, quando Sócrates teria afirmado a existência real das idéias, ou conceitos, posteriormente denominados “universais”. Esses conceitos, em sua expressão linguística, tanto podem ser os substantivos abstratos (“justiça”, “virtude”,”beleza”, “bondade”, etc.), como os substantivos concretos comuns (“homem”, “árvore”, “pedra”, etc.) Contra os sofistas, Sócrates asseverava que o verdadeiro objeto do conhecimento é aquilo que existe de comum em todos os seres individuais de determinado grupo, e não aquilo que distingue particularmente cada um deles. Noutros termos, as idéias formam a única realidade de fato: não perecível, imutável, captável somente pelo espírito. São elas, e não suas manifestações particulares, o único objeto digno do conhecimento filosófico. Para ele, a existência das idéias antecipa, possibilita a sua própria materialização em casos particulares, perceptíveis pelos sentidos. Por exemplo: as ações bondosas pressupõem a existência da idéia de bondade.
O “idealismo”, tradição filosófica advinda da teoria das idéias que Platão atribui a Sócrates, é representado no período pré-tomista, mais precisamente no século XII, com características singulares à época, pelos “realistas”, “nominalistas” e “conceptualistas”. O principal problema tratado é o dos universais, do valor dos conceitos, das idéias para o conhecimento. Constitui-se em uma retomada do problema da unidade e da multiplicidade.
São três as soluções ofertadas:
• Realismo transcedente: os universais são seres concretos de existência real: constituem a mais autêntica realidade. O universal, ou idéia de uma realidade, tem existência fora da mente e do objeto (existe antes das coisas). Esta é a posição platônica, imcorporada pelos primeiros pensadores escolásticos. A forma branda do realismo é o realismo moderado, para o qual o universal tem uma realidade objetiva, fora da mente, mas é imanente nos objetos singulares do qual è essência, forma ou princípio ativo (existe no objeto). Corresponde à posição aristotélica, que será a adotada por Santo Tomás de Aquino.
• Nominalismo (realismo absoluto) : o universal não tem existência objetiva, só nominal, ou seja, existe apenas como nome do objeto, como palavra (existe depois da coisa). A realidade é constituída pelos entes individuais, e o universal não é senão uma simples emissão sonora (flatus vocis), meros nomes.
• Conceptualismo (realismo moderado) : o universal é o conceito, entidade mental, sem existência objetiva. Esta seria uma posição que se poderia considerar intermediária entre as duas primeiras, não recusava aos universais todo e qualquer tipo de existência; não os enxergava, contudo, como seres concretos, de existência independente da mente que os concebe.
Segundo Sto. Tomás de Aquino, o universal não tem apenas uma existência post rem no nosso intelecto, uma existência in re nas coisas particulares; ele tem uma existência ante rem no espírito divino.
Filosofia de Aristóteles e de Santo Tomás: (Realismo moderado)
Filósofo
Pedro Abelardo
Vida
Pedro Abelardo (1079-1142), filósofo e teólogo francês, nasceu em Le Pallet, próximo a Nantes, na Bretanha. Sua formação intelectual baseou-se no estudo do trivium. Mais tarde, ele estuda sob orientação dos mestres Roscelino, grande representante da escola nominalista, e Guilherme de Champeaux, defensor do realismo dos universais.
Abelardo é considerado um dos fundadores da escolástica medieval, juntamente com Santo Anselmo (1033-1109), que foi arcebispo de Cantuária e ficou conhecido por seu “argumento ontológico”. Levou ainda mais longe o esforço de Santo Anselmo no sentido de explicar racionalmente as verdades da fé, chegando mesmo a ultrapassar os limites aceitos pela ortodoxia ao submeter os dogmas às exigências críticas da dialética, que ele sabia manejar habilmente.
Sofreu a acusação de heresia por várias vezes, devido à liberdade que se permitia no debate de algumas questões. Ora, ao utilizar a dialética, enquanto disputa argumentativa embasada apenas na razão, Abelardo foi repreendido por pretender abranger os mistérios da religião apoiado unicamente na força humana.
Ao aculpar-se com o principal problema filosófico da primeira metade do século XII (o problema dos universais), ele, depois, como professor de lógica, o aprofunda e intensifica.
Célebre por seu amor por Heloísa, pelo qual foi castrado pelo tio de Heloísa, terminou seus dias encerrado em um mosteiro estudando.
Aspectos da posição de Abelardo
A questão dos universais foi precisada pela lógica de Aristóteles, comentada e transmitida à posterioridade por Porfírio e depois Boécio (480-524), chegando a Abelardo através de seus mestres Roscelino e Champeaux.
À questão dos universais, Abelardo dá uma solução que ao mesmo tempo afasta-se do realismo, do nominalismo e do conceptualismo e, ao mesmo tempo, integra seus elementos.
Para ele, os universais constituem palavras significativas, e não meras emissões sonoras. Por si mesmos, os universais existem no intelecto, mas referem-se a seres reais.
Num segundo momento, enquanto nomes, os universais são corpóreos, pois têm a natureza dos sons emitidos pela voz humana; porém, sua função significativa é incorpórea, já que servem para designar umja pluralidade de indivíduos semelhantes.
Também, segundo Abelardo, há universais que existem completamente fora de qualquer possibilidade de percepção sensível (o universal “alma”, por exemplo); e outros que existem no sensível (os referentes às formas dos corpos, enquanto as designam) e fora dele (quando designam as formas dos corpos como que separados do sensível através da abstração).
Abelardo, ainda, levanta uma quarta questão: se não houvesse os indivíduos correspondentes, os universais subsistiriam? A resposta reclama a consideração de dois aspectos:
1. a significação dos universais enquanto nomes imediatamente referidos a indivíduos: os universais cessariam de existir, não havendo indivíduos a serem designados.
2. a significação dos universais enquanto conceitos: os universais continuariam existindo.
Nunca seria de mais insistir sobre a importância do problema do universal. É por terem negligenciado o seu estudo que tantos filósofos e sábios de nossos dias, permanecendo apegado à idéia ingênua de que a ciência deve ser pura e simples cópia, um decalque da realidade individual, vivem a repisar contra a abstração, condição primeira e essencial de toda ciência humana, princípios das ciências, principalmente das ciências matemáticas, teorias tão vãs quanto trabalhosas, e que comportam como único resultado final a destruição radical do conhecimento. (Jacques Maritain)
Obras de consulta
Maritain, Jacques, Introdução Geral à Filosofia, Rio de Janeiro: Agir, 1966
Rocha, Ronaldo (org.), Diamante do Saber
Mondin, Batista, Curso de Filosofia, São Paulo: Ed. Paulinas, 1983, 1º volume
Coleção Os Pensadores, São Paulo: Abril Cultural, 1979
Lalande, André, Vocabulário Técnico e Crítico da Filosofia, São Paulo: Martins Fontes, 1999
quinta-feira, 19 de novembro de 2009
Sobre o Problema dos Universais: contexto histórico, Escolástica, conceito e filósofo
A Escolástica
A busca da harmonização entre a fé cristã e a razão manteve-se, no entanto, como problema básico de especulação filosófica. Nesse sentido, o período escolástico pode ser dividido em três fases:
· Primeira fase (do séc. IX ao fim do séc. XII): caracterizada pela confiança na possibilidade de haver uma perfeita conciliação e harmonia entra a fé e a razão.
· Segunda fase (do séc. XII ao princípio do séc. XIV): caracterizada pela observação de grandes sistemas filosóficos, merecendo destaques as descobertas de Santo Tomás de Aquino. Nessa fase, considera-se que a harmonização entre fé e razão pôde ser parcialmente obtida.
· Terceira fase (do séc. XIV ao séc. XVI): decadência da escolástica, caracterizada pela afirmação das diferenças fundamentais entre fé e razão.
Principais representantes do pensamento escolástico
Os maiores representantes do pensamento escolástico são os dois pensadores citados acima, que estão separados pelo tempo e pelo espaço: Agostinho de Hipona, nascido no norte da África no fim do século IV e Tomás de Aquino, nascido na Itália do século XIII. Embora seja arriscado dizer que sejam as únicas referências relevantes do período medieval, ambos conseguiram sintetizar questões discutidas através de todo o período: Agostinho enquanto mestre de opinião relevante e autoridade moral e Tomás de Aquino, pelo uso de caminhos mais eficazes na obtenção de respostas até então em aberto.
Outros nomes da Escolástica são: Anselmo de Cantuária, Alberto Magno, Robert Grosseteste, Roger Bacon, Boaventura de Bagnoreggio, Pedro Abelardo, Bernardo de Claraval, João Escoto Erígena, João Duns Scot, Jean Buridan e Nicole Oresme.
O artigo sobre o "Problema dos Universais" está dividido em dois textos (publicações), sendo que o primeiro expõe o Contexto histórico e a Escolástica, e o segundo o Conceito (questão dos Universais) e Filósofo (neste caso particular usamos Pedro Abelardo)
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
Esquema Teológico Tomista
Etapas teológicas:
Parte do universal para o particular
CRIAÇÃO = RELAÇÃO = REVELAÇÃO = HISTÓRIA
NOÉ = ALIANÇA = ALIANÇA
ABRAÃO = PATRIARCA
MOISÉS = ESTRUTURA
JUÍZES
PROFETAS
SACERDOTES = HISTÓRIA SALUTIS
CUMPRIMENTO PLENIFICAÇÃO
DEUS que eleva a criação
REINO DE DEUS = pregou / realizou
APOSTOLOS = escolheu
SACRAMENTO = EUCARISTIA = instituiu
PEDRO = destacou para a unidade
MORTE = venceu
RESSURREIÇÃO = luz e salvação
POVOS = para todos
IGREJA – FÉ = missão
HISTÓRIA SALUTIS
TEOLOGIA DE TOMÁS DE AQUINO:
É uma Teologia Teocentrica. Busca-se investigar ou interrogar os dados e/ou artigos da Fé pela:
RAZÃO = DEUS que se REVELA em si mesmo
TRINO = REVELAÇÃO = os seus mistérios
JESUS CRISTO: em sua santa humanidade percebemos a revelação divina de Deus em si mesmo através da Encarnação e do Mistério Pascal. Também pelos sacramentos.
VIDA BEATIFICA OU BEM-AVENTURADA = contemplação de Deus
TAREFA DA TEOLOGIA E FILOSOFIA = levarem o Ser Humano a participação.
Ou seja:
VIDA --------------- CRIAÇÃO {ANTROPOLOGIA, CRISTOLOGIA, TEOLOGIA FUNDAMENTAL, TRINDADE} ----------------- ECLESIOLOGIA ------------- ESCATOLOGIA -----------------------SALVAÇÃO {REINO DE DEUS}.
A CRIAÇÃO é o lugar teológico onde DEUS se REVELA na HISTÓRIA da humanidade pela encarnação do FILHO – JESUS CRISTO – por sua vida, morte, paixão e ressurreição, realizada pelos dons do ESPÍRITO SANTO, sendo conduzida para a plenitude da CRIAÇÃO que é um processo de humanização do homem se tornando imagem e semelhança de DEUS, salvando-se. Deste modo nasce – desenvolve – plenifica a VIDA pela dimensão da FÉ que é dom de DEUS e resposta do HOMEM.
Porém a interpretação da REVELAÇÃO histórica sempre estará condicionada pela limitação dos homens। Por isso, pode se afirmar à existência de uma condição de possibilidade, ou seja, todo lugar limita e possibilita a reflexão teológica tendo a filosofia por serva. E o que nos abre para a transcendência e acolhida – no sentido de adesão – como resposta à REVELAÇÃO é a GRAÇA DE DEUS. E o acesso dado aos homens para chegar a esta GRAÇA é a pessoa de JESUS CRISTO. ELE infunde em nós os dons, a luz do ESPÍRITO SANTO para a glória de DEUS PAI. Quem nos garante a certeza de todas estas coisas é a FÉ que deve ser vivida comunitariamente, ou seja, na IGREJA. Assim, encontra sustentação a definição de que Teologia é a FÉ que pensa a FÉ. É a FÉ, enquanto, resposta do homem pensando os artigos de FÉ dom ofertado e REVELADO por DEUS PAI no seu FILHO JESUS CRISTO na ação do ESPÍRITO SANTO.
Texto cedido gentilmente ao Blog Razão e Fé por:
Padre Diogo Naves de Oliveira
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Ensaio literário sobre a origem do relacionamento entre a razão e a fé
Há muitos anos atrás, quando o nada era criado apartir do Tudo e se transformava em matéria existencial, nada se poderia dizer a respeito do pensamento daquele que viria a ser a criatura surgida do nada pela simples bondade do Tudo.
Naquele tempo era comum o nada contemplar o horizonte ao seu redor e avistar o reflexo de si mesmo resplandecido no imenso espelho do Tudo. De tanto refletir a imagem não-existencial do nada, o Tudo decide criar algo além, depois de criar o nada, o Tudo elabora um plano de criação para superar “tudo” aquilo que Ele já havia feito. Então Ele cria a razão, e desenvolve um projeto que dê razão a essa criação. Esse projeto é pleno e extremamente complexo, porém não está terminado. O Tudo, tendo várias razões para criar muito mais, decide então, criar algo jamais imaginado por qualquer nada que houvesse habitado no mundo ainda não existente.
Da razão que o Tudo tinha para continuar criando, surge algo que foi carinhosamente chamado de Universo, em outro momento Ele o chamou de mundo, mundo que passará a hospedar o Tudo e o nada.
O Tudo viu que tamanha obra estava precisando de “algo mais”. E Ele tinha razão. O nada ainda tinha muito espaço para si, e não havia nada para preencher tal espaço.
Neste momento, o Tudo olhou para o espaço que havia criado, e contemplando o mundo existencial que acabara de criar, resolveu tirar o poderio que o nada exercia sobre o Seu mundo, Sua criação, obra de sua razão. Foi aí que o espaço preenchido pelo nada começou a ser questionado pelo Tudo. Mais uma vez Ele tinha razão. Não poderia deixar toda essa obra para a habitação do nada.
Então o Tudo decidiu criar algo que ocupasse parte do espaço que o nada dominava. E Ele criou algo fascinante aos Seus olhos e aos olhos transparentes do nada.
Por fim, Seu mundo já estava belíssimo, cheio de obras magníficas e rejubilantes. O Tudo olhou, e viu que ainda havia um grandioso espaço habitado pelo nada. Ele queria criar algo que ocupasse este espaço. E tinha toda razão.
De uma matéria criada pelo Tudo chamada terra, surge através do nada uma criatura extremamente diferente daquilo que o nada poderia imaginar. O Tudo, na Sua bondade, concedeu à sua criatura o privilégio de ter a imagem e semelhança parecidas com Ele. Essa criação foi carinhosamente chamada de “homem”, ou posteriormente: ser-humano.
O fato de se parecer com o Tudo, deixou o homem repleto de alegria, podendo até mesmo utilizar a razão. O Tudo tinha razão em criar o homem, e o criou racional.
O homem habituou-se ao modo racional de lidar com as coisas existentes no mundo. Que também são obras do Tudo.
Passaram-se vários anos, séculos, milênios, e a razão do homem foi se desenvolvendo gradativamente.
Nesse período de evolução consciente da razão do homem, surgem no intelecto da existência generalizada do “mundo racional” duas “famílias”.
Essas famílias foram criadas pelo Tudo, que ao perceber a evolução do pensamento do homem, colocou-as no “mundo intelectual” de suas criaturas humanas.
A primeira família era de descendência real, tinha por sobrenome “Theos”, e era composta pelo Pai e seus vários filhos.
A outra família era de origem nobre e intelectual, tinha por sobrenome “Philos” e seus membros eram a mãe e seus filhos.
Numa curva da estrada intelectual do raciocínio humano, ambas as famílias se encontram, por ocasião do aniversário do Grande Rei: o Tudo.
O Pai da família Theos cumprimentou a Sra. Philos e seus respectivos filhos fizeram o mesmo entre si.
A Sra. Philos não tinha razão para continuar a conversa, pois ambos ainda não se conheciam.
O Sr. Theos voltou para o seu recanto paradisíaco e continuamente instruía seus filhos, ensinando-os a crerem na onipotência do Tudo e obedecerem a Seus preceitos.
A Sra. Philos ao voltar para o seu palácio intelectual, ensinava seus filhos a serem estudiosos e a viverem a razão do Tudo.
Em outra ocasião, as duas famílias se encontraram novamente, desta vez em uma alegre festa, na qual era comemorada a evolução do pensamento humano.
O Sr. Theos e a Sra. Philos foram se aproximando cada vez mais, até se tornarem amigos.
Numa bela tarde de Outono o Sr. Theos resolve fazer uma visita a Sra. Philos, para lhe oferecer umas flores colhidas na Primavera da sabedoria racional criada pelo Tudo.
A relação de amizade entre ambos foi se estreitando rapidamente, de tal forma que seus filhos não gostaram.
O Sr. Theos propôs a Sra. Philos unirem-se para juntos empenharem-se rumo à verdade que ainda era questionada por muitos. A Sra. Philos aceitou o convite e aceitou se casar com o Sr. Theos, uma vez que ambos eram viúvos e poderiam casar-se novamente. Porém, seus respectivos filhos não aceitaram tal decisão, pois alegavam que não seria possível uma relação entre a razão que os filhos da Sra. Philos estudavam com a fé praticada pelos filhos do Sr. Theos.
As mais importantes famílias do País coordenado pela razão do ser-humano e habitado pela inteligência refletida na ciência da sabedoria prática, estavam prestes a se unirem. O Tudo tinha razão.
Após a aceitação dos filhos, o Sr. Theos e a Sra. Philos puderam se casar. Foi magnífica a cerimônia na qual acontecia a maior união de todos os tempos.
Passado muito tempo, o casal teve duas filhas que foram carinhosamente chamadas: Logia e Sophia. Porém, herdaram os nomes de seus pais: Theos e Philos, e foram chamadas: Theologia e Philosophia.
A Theologia sempre procurou trilhar os caminhos de seu Pai Sr. Theos, crendo no poder do Tudo, amando-O e fazendo conforme Sua vontade. Já a Philosophia estava mais ligada á sua mãe, questionando tudo o que via, procurando indagar tudo quanto existia na realidade a qual estava inserida.
E, assim, trilhando por caminhos "distintos", as duas filhas do Sr. Theos e da Sra. Philos foram em busca daquilo que fez com que se encontrassem pelo caminho: a Verdade, e a Verdade era o Tudo.
sábado, 5 de setembro de 2009
Operários do interno
Na atualidade e em todos os tempos da história humana, o termo trabalho é empregado para designar uma ação externa do homem ou de algo que possa fazer com que alguma matéria se transforme ou simplesmente seja movida. Essa palavra nos faz lembrar as lutas operárias e das grandes revoluções que afetaram não somente o modo pelo qual as coisas são transformadas ou movidas, mas também todo o modo de viver e pensar do ser-humano.
O trabalho proporcionado pelas mãos humanas evoluiu-se a tal ponto de ser substituído por mãos de aço que não se cansam, não sentem fome, nem dor, principalmente a dor.
Toda a evolução desse trabalho pode ser caracterizada por um fator predominante na época em que vivemos: a comodidade.
O homem não precisa mais utilizar as suas próprias mãos para plantar a semente, e com um simples “apertar de um botão” faz com que toda a sua terra esteja semeada com os melhores grãos. Isso é comodidade.
Trabalhar a terra, o ferro, a madeira; transformar as coisas denominadas “matéria-prima” em instrumentos de praticidade tem sido uma das maiores conquistas da humanidade.
Na tumultuada situação trabalhista em que vivemos, o homem esqueceu-se de uma coisa simples e necessária. No meio de tantos desafios tecnológicos, evolutivos e financeiros, principalmente financeiros, a pessoa humana se esqueceu de trabalhar a si própria. Isso é comodidade.
Diante de uma constante e caótica correria do dia-dia; diante do turbulento barulho do trânsito, das máquinas ensurdecedoras que se abrigam não muito longe dos nossos ouvidos, daqueles que assaltam o nosso silêncio e fazem com que abandonemos o nosso pensamento que incansavelmente tenta procurar um oásis calado e sereno; diante de um mundo que não permite que o homem pare, contemplamos uma situação complicada.
O homem tem trabalhado muito em meio a tantas construções, obras magníficas com formas que desafiam a gravidade, porém, não é capaz de parar. Parar para si, para o outro e para Deus.
O ato de parar, não implica que o homem deva deixar de trabalhar, pelo contrário, é quando ele pára, que pode então iniciar outra obra. Uma obra que não é feita de concreto, não se usa aparelhos ou tecnologia, não se precisa das máquinas. É quando o homem silencia sua voz e suas ações externas, para falar e trabalhar o interno, o principal. É quando ele se torna um operário interior.
Quando o operário externo se torna um operário do interno, inicia o percurso da via do silêncio, e chega a um deserto árido no qual se pode avistar as ruínas de seu castelo interior.
Deseja chegar ao castelo, mas percebe a dificuldade imposta pelo deserto, e aos poucos vai caminhando; um peregrino espiritual, que caminha no mais profundo de seu ser, um caminheiro no deserto de suas próprias limitações, fragilidades e dificuldades. Um operário rumo à obra mais importante de sua vida. Um trabalhador.
Quando ele começa a construir as colunas de seu castelo ou de sua simples morada espiritual, que são feitas com tijolos de silêncio apanhados num deserto distante, ele faz de si um novo operário, um construtor de moradas interiores.
Ele não é mais um “mestre-de-obras”, um arquiteto da aparência. O barulho do mundo, as imposições da realidade e o externo que o rodeia não mais impede que o seu silêncio trilhe a estrada que leva ao seu castelo.
O trabalho não deve ser apenas uma atitude física que proporcione uma imagem visível; o trabalho do homem deve, antes de tudo, transformar, lapidar e dar brilho aos tijolos de seus castelos interiores ou de suas simples moradas espirituais.
E assim, o trabalho do mundo externo é diluído pela estrada do silêncio, onde passam por ela muitos operários, operários do interno.
Aldo César dos Reis Borba Júnior
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Filosofia e segurança pública
Muitos líderes de diversos poderes tentam explicar o problema da falta de segurança pública, o que acontece há muito tempo. O fato é que, explicações não resolvem o problema. Neste ano a CNBB escolheu como tema da Campanha da Fraternidade: “Fraternidade e Segurança pública” e lema: “A Paz é fruto da justiça”.
É uma discussão política e social, mas, sobretudo é uma discussão humana, pois o governo não pode, por lei natural (Sto. Tomás) engessar e manipular o pensamento da sociedade, pois, cabe ao governo , uma vez que o Estado é um poder temporal, promover e assegurar o bem comum.
O ser - humano tem por natureza própria o desejo inquiridor, deseja saber a razão das coisas existirem e serem tais como são no universo ao qual pertencem.
Cícero dizia que a filosofia “é o estudo das causas humanas e divinas das coisas”. Portanto vemos que é direito do homem, pensar e buscar as respostas para as perguntas que lhe são impostas pela realidade à qual habita.
“Primum vivere, deinde philosophare” (primeiro viver, depois filosofar), diz um célebre provérbio latino. O sentido é que, sem determinadas condições sociais, econômicas e políticas, torna-se difícil qualquer especulação filosófica (como, além disso, qualquer outra atividade cultural séria).
Vê-se na atualidade uma “quebra” da busca pela verdade. Poder-se-ia comparar um político a um sofista. Porque os Sofistas buscam o sucesso e ensinam como conseguí-lo e, segundo eles, para ter sucesso é necessário fazer carreira. Usam da arte de persuadir, diferentemente da filosofia, que é procura da verdade.
O Estado, segundo Santo Tomás, é uma sociedade, isso porque é “coadunatio plurium ad aliquid communiter agendum.” (união de muitos para fazerem alguma coisa em comum.) e porque tem um fim próprio, o “bonum commune” (o bem comum).
Pode-se dizer que as relações entre Estado e Igreja são semelhantes às relações entre filosofia e teologia; o Estado subordina-se à Igreja como a filosofia à teologia, mas no seu campo tem plena autonomia como a primeira a respeito da segunda.
Concluindo, podemos analisar que é dever de todo ser – humano se empenhar na busca pela segurança pública. Não cabe apenas ao estado trabalhar para o bem comum da sociedade, mas também ao homem, segundo Santo Tomás, “o Estado nasce da natureza social do homem e das limitações do indivíduo”. De fato, todos são responsáveis pelo bem comum, uma vez que todos estejam inseridos na sociedade enquanto lugar da habitação humana.
Comunidade Propedêutica Dom Almir
terça-feira, 24 de março de 2009
Lei
“Ordenar é o ofício do sábio” (Aristóteles)
Lei em geral
A lei é uma ordenação da razão, no sentido de que se apóia em considerações que a justificam. É, pois, o contrário de uma ordem arbitrária, baseada no simples capricho.
A lei tem por fim o bem comum. Sem dúvida, a lei obriga cada indivíduo, mas se dirige a todos, tendo em vista o bem comum de todos. Ora, esse bem comum de todos é sempre e necessariamente o próprio Deus.
A lei deve ser promulgada, sem o que não poderia obrigar porque se dirige antes de tudo à inteligência e não poder ser obedecida se não for suficientemente conhecida.
A lei é sustentada por aquele que dirige a comunidade. Por aquele a quem compete ordenar para o bem comum: Deus de início, depois todos os que exercem em seu nome a autoridade que não pertence senão a Ele.
Santo Tomás distingue três tipos de lei, que dirigem a comunidade ao bem comum. O primeiro é constituído pela lei natural (conservação da vida, geração e educação dos filhos, desejo da verdade); o segundo inclui as leis humanas ou positivas, natural e dirigida á utilidade comum; finalmente a lei divina guiaria o homem à consecução de seu fim sobrenatural, enquanto alma imortal.
O dever do Estado, sendo um poder temporal, é promover e assegurar o bem comum. O Estado é uma instituição natural.
A Igreja é uma instituição dotada fundamentalmente de fins sobrenaturais. Desse modo, o Estado não precisa se subordinar à Igreja, como se ela fosse um Estado superior.
Tal subordinação deveria limitar-se aos vínculos de subordinação existentes entre a ordem natural e a ordem sobrenatural, na medida em que esta aperfeiçoaria a primeira.
A harmonização no plano social e político, entre poder temporal e poder espiritual seria, portanto, análoga à que Santo Tomás procura estabelecer entre filosofia e teologia, entre razão e fé.
Fontes:
Org. Sem. Aldo César dos Reis Borba Júnior
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
O mundo que copia, mas não cria.
Não mais se cria um pensamento, no mundo moderno tudo se copia. Principalmente no que se refere ao meio intelectual. Vê-se avanços nítidos da ciência biológica e tecnológica, mas e a ciência superior? De onde vieram as "instruções" para a biologia ou para os avanços tecnológicos que nos cercam? Da Filosofia, do esforço de muitos que gastaram suas vidas para que o mundo e as dúvidas do ser-humano fossem explicadas por meio da razão exercitada na ciência da sabedoria prática.
E de onde os estudiosos, cientistas e intelectuais da nossa época abstraem o conhecimento que possuem? Não seria daquilo que já possui em si, aspectos portadores de tais conhecimentos que, de fato, são capazes de projetar novas mentes intelectuais para nosso mundo moderno? Mas não é isso que vemos!
Infelizmente o "mundo moderno" não CRIA nada! Apenas copia. Talvez isso aconteça pelo fato de terem se acostumados com aquelas máquinas copiadoras e mais que isso, tentam copiar seres vivos, inclusive os humanos.
De onde viria essa carência de autenticidade moderna? Talvez seja originária do próprio modernismo, que impõe tão poucos ascpetos intelectuais aos seres-humanos que eles por si próprios não vêm necessidade de ir além daquilo que já conhecem, experimentam ou vivem.
O mundo está carente de novidade! Nas escolas, por exemplo, todo ano se repete os ensinamentos sobre: Platão, Aristóteles, Santo Agostinho, Santo Tomás de Aquino, Descartes, Hegel e etc... Infelizmente estão sendo ensinados com mais frequência os pensamentos de Marx, que com seu "socialismo egoísta" vêm causando conflitos em várias partes do meio acadêmico filosófico e social. Porém, onde estão os filósofos do nosso tempo? Será que as escolas vão ensinar os mesmos conceitos para o resto da vida?Se Tomás de Aquino, por exemplo, deixou uma doutrina filosófica exuberante, por que os seus seguidores (Tomistas) não tomam um caminho autêntico quanto ao modo pelo qual filosofam? É possível ser Tomista e autor de algo "diferente" do Tomismo? Sim, é possível, pois isso faz parte da individualidade do pensamento de cada ser racional.Então será que daqui 50 anos teremos novos Filósofos para serem ensinados nas escolas e universidades? Se o mundo continuar a "copiar", NÃO!Mas se o mundo moderno, por necessidade própria, desejar algo "novo", será possível sim. Não que a Filosofia antiga, medieval e moderna devem ser abolidas dos meios acadêmicos, mas que os novos estudantes devam buscar, assim como os primeiros, a razão das coisas existirem e serem tais como são no Universo ao qual pertencem.
Busquemos nossa autenticidade, empenhando-nos fervorosamente neste labor interminável em busca da verdade, porém, nos curvando diante da fé!
Autor: Voc. Aldo César dos Reis Borba Júnior
fonte: Blog Razão e Fé
quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Filosofia e Teologia
Com efeito, Santo Tomás começa distinguindo entre filosofia e teologia para, depois, estabelecer a harmonia e conciliação entre ambas. O fundamento da diferenciação tomista entre os campos da filosofia e da teologia é a distinção entre a ordem natural e a ordem sobrenatural. Tais ordens, apesar de distintas, não são opostas ou contraditórias, mas complementam-se harmonicamente, pois a graça não destrói a natureza; antes, a eleva e aperfeiçoa, já que a razão humana é um reflexo da própria razão divina. Por isso Santo Tomás distingue dois tipos de conhecimento: o natural, que procede da capacidade natural da razão humana e cujo resultado é a filosofia, que tem suas leis e métodos próprios, possuindo o caráter de verdadeira ciência; e o sobrenatural, que não procede da razão humana, mas da revelação divina.
Entretanto, esses dois tipos de conhecimento (o da razão e o da fé) têm a mesma origem: Deus. Por isso não pode haver entre eles contradição intrínseca, pois são apenas modos diferentes de participação numa mesma verdade, sendo evidente para o cristão que as relações entre ambos devem ser de subordinação do conhecimento racional ao obtido pela revelação.
A revelação e a filosofia são completas e autônomas em seus respectivos campos de saber. Contudo, podem beneficiar-se mutuamente, e dessa colaboração harmônica entre razão e fé resulta uma nova ciência, tipicamente cristã: a Teologia.
Para Santo Tomás, existem dois tipos de teologia: uma, puramente racional, elaborada autonomamente pela filosofia, e outra, cristã, resultante de colaboração entre razão e a fé. A teologia cristã é uma ciência divina, o que não compromete seu caráter científico.
Fonte de pesquisa: "Diamante do Saber - introdução ao estudo de filosofia"
Organizador: Ronaldo Rocha
Aldo César dos Reis Borba Júnior
domingo, 14 de dezembro de 2008
O princípio de identidade (Aristóteles)
Fonte: "Diamante do Saber - introdução ao estudo de filosofia"
Org. Ronaldo Rocha
Aldo César dos Reis Borba Júnior
domingo, 7 de dezembro de 2008
Amor pelo Saber (Introdução)
De origem grega, a palavra "filosofia" (philosophia) significa etimológicamente "amor à sabedoria". O termo foi empregado pela primeira vez por volta do século VI a.C. por Pitágoras (c.580-497 a.C.), que, além de matemático, se dizia "filósofo": isto é, um amigo e amante do saber.Segundo historiadores, a Filosofia nasceu na cidade de Mileto, no final do século VII e início do século VI a.C., nas colônias gregas da Ásia Menor. O primeiro filósofo foi Tales de Mileto (c. 625-558 a.C.). Tanto ele como todos os outros pensadores helênicos (gregos), com algumas exceções, começaram com a indagação: o que é a realidade? Por essa pergunta, principia o pensamento racional humano e a própria Filosofia, que apresenta um conteúdo preciso ao nascer: é uma cosmologia, isto é, um conhecimento recional da ordem do mundo ou da Natureza (physis).A Filosofia teria nascido pelas transformações que os gregos impuseram ao conhecimento: da agrimensura (egípcios), fizeram surgir a aritmética e a geometria; da astrologia (caldeus e babilônicos), teriam feito nascer a astronomia e a meteorologia; dos mistérios religiosos de purificação da alma (orientais), fizeram surgir as teorias filosóficas sobre a natureza e o destino da alma humana. A Filosofia é grega no sentido de que possui características desenvolvidas por outros povos e culturas.
fonte: "Diamante do Saber - introdução ao estudo de filosofia" Organizador: Ronaldo Rocha